Andei um pouco distante, eu sei. É que não sou forte como as rochas. Sou uma nuvem… uma leve e flutuante nuvem branca que as vezes fica nublada, carregada precisando se dissipar pela atmosfera do mundo. Às vezes preciso chover para ficar calada. Ando chovendo muito ultimamente, por isso atrasei o diário da disciplina. O sol ainda não surgiu me resplandecendo, hoje ainda é um dia de lagrimas, de dor, mas algo toca no meu coração dizendo que vale a pena escrever pelo que há de bom na palavra. Hoje eu tenho fé nas coisas tênues, tenho fé em mim mesma. Talvez apenas hoje, um dia daqueles que ficam na memória infinita, um dia inesquecível, aquele dia onde existe escuridão para todo lado e, um pequeno ponto de luz no cantinho, é que faz a maior diferença.
No começo, quando não temos nenhuma ideia sobre a monografia, essa aula de Metodologia de Pesquisa em Arte é assustadora, entretanto, também é reveladora. É esse detalhe que nos faz continuar. Dependendo de cada um, o processo de revelação pode ser espontâneo ou forçado, pode ser lento ou rápido, mas no fim, algo se revela a você e você se revela a algo. Nos encontramos no universo das monografias para, quando estivermos dentro, nos perdermos novamente. Existe vida nisso e das mais contraditórias. As vezes precisamos cair bem feio no chão para levantarmos de verdade e, pra entrarmos na monografia, precisamos nos encontrar com ela sabendo que enlouqueceremos depois. Se perder na monografia não é tão ruim, tem coisas que só são encontradas quando nós mesmos nos perdemos, todavia, é sempre bom mantermos o controle com um toque de aventura, nos arriscando quando precisar e saber onde estamos ou onde podemos estar. São tantas ideias, ou nenhuma ideia, são varias outras coisas ou nada. Tem dias que a pesquisa não se desenvolve e tem outros dias que ela anda como uma criança anda feliz de bicicleta pelo parque no domingo a tarde. Ficar tranquilo é uma otima ideia, mas se estressar de vez em quando é bom, para a tranquilidade vir naturalmente – contradição.
Os professores veem nos esclarecendo muitas duvidas. A professora Wlad dinamiza as aulas nos fazendo escrever sobre nossa monografia, seja uma palavra, idéia, um verbo, um texto, etc. Nos pediu também para criarmos uma pizza e recortarmos alguns pedaços colocando dentro os assuntos da contextualização (o que está fora, ao redor, onde está inserido, tudo o que cerca o objeto de pesquisa), e da delimitação (o que está dentro do objeto de pesquisa). Abaixo mostro as imagems das minhas duas pizzas.
Claro que tem coisas ai que ja penso em mudar. É quase sempre é assim: será que da pra mudar aquilo ali? Isso aqui? Posso por mais isso? Devo dar limites? Onde? Posso? Devo pesquisar, ler…
Bem, isso que mostra a imagem é o que desejo pesquisar na minha monografia, ainda não sei direito como farei, porém é isso. Minha revelação está sendo lenta, mas ja contém aqui muito da minha vida. Meu teatro é vida, contar histórias, a dramaturgia. A escrita me trouxe a ela própria. Pelo que há de bom na palavra.
Deixe um comentário